REFORMA PSICOLÓGICA

domingo, 12 de abril de 2020

GESTÃO DEMOCRÁTICA, ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E OUTROS EQUÍVOCOS


Por Rogério de Camargo.


Em questões administrativas é imprescindível saber que uma gestão se faz necessária seja em qual campo for. As concepções de ter ou não ter um diretor não cabe a esse responder se é viável ou não, ou, se deve substituir o diretor por dois ou mais coordenadores, o fato é que estão querendo trocar seis por meia dúzia e o problema real que afeta as instituições educacionais e principalmente os alunos não será resolvido.
Um dos principais motivos é que as pessoas dão muita atenção a pseudos intelectuais e as ideias caducas dum pseudos educador chamado Paulo Freire, pois, vale lembrar que essa ideia de “Democratização das Escolas” é uma ideia exclusivamente dele e que até hoje isso nunca deu certo.
O prof. Vitor Henrique Paro[1] no começo do vídeo ao se referir a questão administrativa da escola se equivoca ao pensamento das pessoas induzindo-as a aceitarem sua conclusão ao nosso respeito, ao menos para esse, administração escolar não tem a ver com submissão e obediência – uma vez que isso deva fazer parte dentro dum processo administrativo seja onde for –, mas sim, administração escolar esta mais relacionado a processo burocrático e principalmente em alienação escolar como bem disse Ivan Illich em “Sociedade Sem Escola”.
A escola assim como outras organizações – organizações aos quais esse não quer citar ou entrar em detalhes para não se estender muito – tem como objetivo principal a alienação e não a formação dum pensamento crítico como por milhares de vezes temos ouvido dizer. E, é por esse e outros motivos que, esse, corrobora com o pensamento de Ivan Illich duma “Sociedade Sem Escola”.
Confere o que diz o Sr. Illich a esse respeito:


A escola não é, de forma alguma, a única instituição moderna que tem por finalidade primordial bitolar a visão humana da realidade. O secreto currículo da vida familiar, do recrutamento militar, da assistência médica, do assim chamado profissionalismo, ou dos meios de comunicação de massa têm importante papel na manipulação institucional da cosmovisão humana, linguagem e demandas. Mas a escola escraviza mais profunda e sistematicamente, pois unicamente ela está creditada com a função primordial de formar a capacidade crítica e, paradoxalmente, tenta fazê-lo tornando a aprendizagem dos alunos — sobre si mesmos, sobre os outros e sobre a natureza — dependente de um processo pré-empacotado. A escola nos toca tão de perto que ninguém pode esperar ser dela libertado por meio de outra coisa qualquer.[2]


Esse tem ouvido dizer por inúmeras vezes e por diversas pessoas que a função da escola é ensinar, logo, a conclusão que é possível chegar é que se quer esse foi o objetivo central da escola, pois eles mesmos – os agentes – conseguem compreender o que de fato estão fazendo.


[2] ILLICH, Ivan. 1926-129s Sociedade sem escolas: trad. de Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis, Vozes, 1985., p. 60.


FORMADORES DE OPINIÃO


Por: Rogério de Camargo.


É impossível negar a inépcia da grande maioria dos universitários a esse respeito – pesquisa –, pois se quer sabem como isso deve ser executado, entretanto o que se vê é um apanhando de enrolações na hora de executar uma pesquisa seja ela o que for. Bom, as universidades não ensinam sistematicamente como fazer isso e a grande maioria dos alunos se quer tem o interesse em aprender essa “joça”, logo, é exatamente isso que a pesquisa se torna para esses “estudantes”, uma “joça”. Só para título de informação, joça, diz respeito a algo ruim, sem importância ou sem valor, basta consultar qualquer dicionário da língua portuguesa e você verá essas informações. Entretanto, se joça diz respeito a algo sem valor algum, a pesquisa, de forma alguma, não pode ser uma joça, pois é através dela que será possível obter um resultado científico do objeto de pesquisa. E para que isso seja possível de ser realizado entra nesse contexto a METODOLOGIA, outro bicho de sete cabeças, não pare esse que vos fala, pois uma metodologia é exatamente do que uma pesquisa cientifica precisa, logo, sem uma metodologia não existe pesquisa, só mesmo enrolações, achismos e um monte de assunto sem pé nem cabeça. 

Vejamos o que diz o professor Olavo de Carvalho sobre MÉTODO:


Um método é um conjunto de proposições auto-evidentes[1] (ou provadas com base nelas) que delimitam um objeto e os meios de conhecê-lo. O bom método não define o seu objeto, mas recebe essa definição de uma prévia descrição fenomenológica[...].[2]


É exatamente daí que se deve ensinar sobre pesquisa e tantas outras coisas mais – “Como podemos pensar o papel da pesquisa na educação básica?” –, pois é na tenra idade que se deve educar e não marmanjos que pensam que sabem o que estão falando ou fazendo, quando não, acreditam estar com a razão sem nunca terem lido um livro se quer a respeito do assunto. Entretanto, para que isso seja possível necessitaríamos de profissionais engajados nesse assunto, porém os profissionais da área de pedagogia se quer estão preparados para tal responsabilidade, pois os professores do futuro são esses mesmos que estão se formando nos dias de hoje. Precisaríamos para tal façanha de profissionais mais capacitados para que tenhamos uma nova geração de pesquisadores, cientistas e seja lá o que for. Entretanto, os influenciadores desse século não estão com essa bola toda não.

Por fim, pensamos num nada instruindo um vazio, um “profissional” da área da “educação” que se formou em pedagogia que se quer conhece do assunto que irá ensinar... “pesquisa(!)”... uma pessoa que durante o ano em que fazia faculdade só pensava em escrever qualquer assunto em seus relatórios só para não ficar sem nota e sem presença – “encher linguiça”, como esse muito tem ouvido. E no final das contas será responsável por ensinar as crianças que serão futuramente tão estupidas quanto seu professor(a) ou será que o discípulo superará o seu mestre?


[1] Esse, preferiu deixar a palavra auto-evidentes escrita da forma original de acordo com a fonte: https://olavodecarvalhofb.wordpress.com/2017/08/22/metodo-nas-ciencias-sociais/ acesso em 06. Novembro, 2019. Entretanto, vale ressaltar que de acordo com a nova regra ortográfica entrou em vigor desde 01. Janeiro, 2016: https://pgl.gal/acordo-ortografico-entra-em-vigor-no-brasil/. Regra essa que na opinião desse muitas palavras não têm sentido algum em ter tirado o hífem.

AUTOFAGIA JORNALISTICA[1]


Por: Rogério de Camargo.

“O hábito de só escrever nos jornais aquilo que se lê nos jornais, num perpétuo e claustrofóbico ouroboros[2] (des)informativo. Asinum asinus fricat (“o asno afaga o asno”), como ensina o velho provérbio latino”.[3]

Temos que ter o extremo cuidado ao consumir informações “jornalísticas”, pois, em sua maioria, os jornalistas são detratores de informação e, os leitores que acabam consumindo certas “informações” acabam que sendo idiotizados por essa classe falante. Vejamos, como por exemplo, um caso que aconteceu nos EUA, e que repercutiu aqui no Brasil, onde um adolescente negro foi morto por um vigia. Ao ligar para a polícia, antes de seguir o jovem, o vigia chamado Zimmerman teve o seguinte diálogo com o policial:



ZIMMERMAN: Esse cara não parece estar bem-intencionado. Ou está drogado ou algo do tipo. Está chovendo e ele fica só perambulando, como se procurasse alguma coisa.

POLICIAL: Certo. E esse sujeito – ele é negro, branco ou hispânico?

ZIMMERMAN: Parece negro.



Entretanto, como de costume pela impressa que gosta da desinformação e do “politicamente correto” passou a informação da seguinte maneira:



De posse da gravação, a rede de televisão NBC, a fala de Zimmerman transformou-se em: “Esse cara não parece estar bem-intencionado. Parece ser negro”.
Fica claro que, originalmente, o aspecto racial não havia sido introduzido por Zimmerman, mas pelo policial. No entanto, a emissora não hesitou em fazer de Zimmerman um racista, introduzindo, de maneira artificial e espúria, um sério agravamento ao crime por ele cometido.
Após a farsa ter sido revelada, a NBC emitiu uma nota de desculpas, qualificando o caso, mui convenientemente, de mero “erro de produção”. Mas, àquela altura, a irresponsabilidade criminosa da emissora já havia produzido um estrago. Os PCs [Politicamente Corretos] ficaram histéricos, fazendo do incidente um cavalo de batalha. Neste momento, o leitor poderia sentir-se tentado a perguntar: mas o jornal O Globo terá publicado a falsificação e o pedido de desculpas da NBC? A resposta deveria ser óbvia para aqueles que conhecem minimamente o ambiente cultural em que estamos vivendo: não.[4]


Essa é a classe falante que tem influenciado a grande maioria da população brasileira, pelo menos, os que consumem essas informações “jornalísticas”. Sinto lhes dizer que, esse, ao consumir certas informações, a princípio, procura analisar seu contexto, pois, já conhece de cor e salteado o mal caráter que são esses “formadores de opinião”.
Sinto muito ter que fugir um pouco do contexto que este fórum nos apresenta, porém, quando se fala de fontes “jornalística” devemos tomar um mínimo de cuidado.




[1] Termo criado pelo jornalista e professor da USP, Rolf Kuntz, o vício de só escrever nos jornais aquilo que só se lê nos jornais.
[2] Ouroboros do Grego antigo οὐρά significa "cauda" e βόρος, que significa "devora".
[3] GORDON, Flávio. A Corrupção da Inteligência, intelectuais e poder no Brasil, p. 73, 10° ed. Rio de Janeiro, Record 2019.
[4] Cf: GORDON, Flávio. A Corrupção da Inteligência, intelectuais e poder no Brasil, p. 127,8, 10° ed. Rio de Janeiro, Record 2019.

GESTÃO DEMOCRÁTICA E SUA INVERSÃO


Por: Rogério de Camargo


A princípio, o que levou a escola municipal Hélio Walter Bevilacqua – estabelecida na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo – a uma “Gestão Democrática” foi precisamente a reclamação dos alunos, apoiados pelos seus pais e ouvido pela coordenação da escola a respeito da retomada da sala de leitura. Esse foi o ponto crucial. Os alunos incentivaram a volta da biblioteca na escola juntamente com a colaboração dos pais.
Para esse, para que haja cada vez mais uma “Gestão Democrática” nas instituições escolares devia primeiramente excluir as obrigações. Pois, se há uma obrigação a ser cumprida, portanto, não existe “Democracia”. Logo, como diria Simone Weil: “um direito não é algo que exista em si, é apenas o efeito da obrigação”.
Se referindo a ideia de Democracia, Olavo de Carvalho disse:


Proclamar um direito sem definir o titular da obrigação correspondente é cuspir bolhas de sabão, é fingimento histérico. Foi por isso que Deus ditou a Moisés Dez Mandamentos, dez obrigações, não dez direitos. Mas, quando o Rei Luís XVI disse que A Declaração dos Direitos do Homem nada seria sem uma Declaração dos Deveres, cortaram-lhe a cabeça. A democracia começou tomando uma consequência como princípio e matando quem percebesse a inversão.
Um direito não é algo que exista em si, é apenas o efeito da obrigação.[1]


Com relação a frase a seguir retirada da página “A Folha” que diz: “Um dos maiores desafios é tornar o sistema escolar compatível com as necessidades da população.” Bem, esse, sabe muito bem quais são as necessidades da população e, a principal necessidade é de que as escolas juntamente com o Estado devam parar de nos empurrar goela abaixo o que devemos estudar, pois, se de fato querem que vivemos num país Democrático, portanto, a educação deve ser livre e não controlado pelo “aparelhamento estatal”.[2]
Ademais, deve-se aplicar ensinamentos que desinibam o aprendizado das crianças e não ensinamentos que inibam o seu desenvolvimento intelectual[3], logo, é inegável a incapacidade do Estado com relação a educação, para isso, basta analisar os índices de reprovação em massa(!) e a colocação dos nossos jovens no PISA.[4]
Em virtude dos fatos mencionados, a pergunta que paira no ar é: vocês realmente sabem do que estão falando?



[2] Flávio Gordon analisando o que a filósofa Hannah Arendt diz sobre Antônio Gramisc ele diz: Numa profunda reflexão sobre a crise educacional dos anos 1950, a filósofa Hannah Arendt aborda justamente o processo pelo qual, em suas palavras, a educação transformou-se em instrumento da politica ao mesmo tempo que a própria atividade politica foi concebida como uma forma de educação. Arendt aponta Jean-Jacques Rousseau como o patriarca dessa confusão entre política e educação. A partir de Rousseau – que, não por acaso, Robespierre qualificou certa vez de “professor da humanidade” –, a política vem assumindo ares cada vez mais pedagógicos. “Não se deve abandonar as luzes e aos preconceitos dos pais a educação de seus filhos” – escreve o filósofo genebrino – “pois ela importa ao Estado mais que aos pais. O Estado permanece, e a família perece”. Gordon, Flávio. A Corrupção da Inteligência: intelectuais e poder no Brasil ∕ Flávio Gordon. - 10° ed. – Rio de Janeiro: Record, p. 89, 2019.
[4] Programa Internacional de Avaliação de Alunos – PISA. Cf. a posição do Brasil no PISA: https://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/especial-publicitario/eleva-educacao/noticia/como-tirar-o-brasil-dos-ultimos-lugares-no-ranking-de-educacao.ghtml acessado no dia 13.10.2019.

PÉSSIMAS ESCOLHAS, PÉSSIMOS RESULTADOS


Por Rogério de Camargo.


O que afetou a vida de Otávio Henrique não é culpa da desigualdade econômica ou social brasileira, mas sim, o que afetou sua vida foi sua falta de caráter. Claro que a má influência que ele tinha dentro de sua própria casa corroborou para um péssimo resultado, porém, não devemos depositar o resultado de nossas péssimas escolhas em terceiros. A priori, o passo mais importante nesse caminho é assumir o nosso próprio erro... ou vão me dizer agora que agredir professor é a coisa mais linda que já existiu?
Ademais, milhares de pessoas passam por necessidades financeiras e se quer procuram auxilio no uso de drogas, a pessoa que escolheu ser um dependente químico de fato merece um auxilio para que possa sair dessa condição miserável, porém, não devemos colocar a culpa nas desigualdades sociais, pois elas sempre existiram e sempre existirão. Querem viver num país onde não há desigualdade social(?), vão para Cuba, lá, de fato não existe diferença de classes sociais, pois todo mundo sobrevive na melhor condição em que o regime socialista possa lhe oferecer.
De acordo com os relatores do primeiro vídeo[1] acima, sim, a Casa do Zezinho atua para a transformação social. É possível identificar o resultado positivo que essa instituição fez na vida do jovem Otávio Henrique, ajudou-lhe a retomar a autoestima e sonhar com uma formação acadêmica superior.

ONG'S E SEUS PERCALÇOS


Por: Rogério de Camargo.

ONG – Organização Não Governamental – só pelo nome pode encontrar o equívoco. A grande maioria das ONGs tem sim relação com o Estado, pois muitas ONGs fazem parte de projetos custeados pelo governo. Não que isso seja ruim, pelo contrário, é nítido a importância que essas instituições trazem e fazem para a nossa sociedade, principalmente para os nossos jovens. Ademais, muitas ONGs trabalham com o programa de alfabetização para jovens e adultos, dando a oportunidade para essas pessoas, que por consequência de problemas particulares se distanciaram da escola. Esse, é favorável a participação de qualquer tipo de instituição à educação, só não é favorável a doutrinação e a imbecilização pregada pela grande maioria dos professores dessa era.
Com relação as ONGs o grande problema está em dizer ser uma instituição não governamental, possa ser não diretamente, mas a grande maioria dessas instituições sobrevivem de dinheiro público, outras de dinheiro de empresas privadas, outras das duas opções.
Confere abaixo uma matéria de 2011 onde mostra a quantidade de dinheiro público gasto em entidades sem fins lucrativos.

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JOGANDO NA LATA DO LIXO

Por Rogério de Camargo.


A pergunta deixada como reflexão para nós alunos do curso de pedagogia do Centro Educacional Camiliano encontrada no exceto acima – sobre como alinhar as práticas pedagógicas com a perspectiva da Educação Integral – já se encontra no vídeo também acima – MÉTODOS DE ENSINO, AMORIM DE LIMA – que por ocasião é programar um roteiro de pesquisa e ter como foco principal não as matérias/disciplinas, mas sim, a autonomia dos alunos. Logo, não há avaliação expressamente dita, pois o que há é a avaliação através dos materiais desenvolvidos pelos alunos, como no caso da escola Amorim Lima os alunos produzem portfólios e as avaliações são feitas através desses portfólios. Há também algumas modalidades de planejamento docente listadas na apostila desta unidade educacional (U.E. XXIV), são elas:


Roteiros de pesquisa: tem como finalidade promover a autonomia dos estudantes para a pesquisa e o engajamento por interesse;
Projetos disciplinares & interdisciplinares: possibilitam uma experiência de investigação aprofundada sobre um determinado conteúdo, culminando com uma produção coletiva que cumpre um propósito comunicativo;
Sequências didáticas: visam o ensino de um conteúdo complexo, organizando-o em etapas claras de introdução, aprofundamento, sistematização e avaliação;
Laboratórios de pesquisa e intervenção comunitária: instauram movimentos de pesquisa no território.[1]



Destarte, para que necessitaríamos avaliar os alunos, uma vez que, a educação integral prega que os alunos podem avaliar-se a si mesmos(?). Logo, também não precisaríamos de professores ou tutores, pois os alunos sabem muito bem onde querem chegar(!). Pois foi exatamente isso que foi dito pela professora Agda Sardenberg em sua videoaula. O engraçado de tudo isso é utilizar um método retirado de Portugal sabe lá para que e por quê, uma vez que, Portugal encontra-se na 24° colocação no ranking internacional de 2018 – PISA. Logo, se o intuito fosse ter resultados satisfatórios e de fato seguir ótimos exemplos na área da educação, Portugal se quer seria o primeiro da lista, mas sim, os primeiros colocados nos exames internacionais, como por exemplo, Canadá, Finlândia e Coréia[2]. Entretanto, muito diferente do que é pregado pelos “educadores” brasileiros e pela teoria da “educação integral”, a escola Amorim Lima ainda ensinam as matérias/disciplinas que para muitos são chamadas de fragmentação. Logo, vale ressaltar que antes mesmo de conhecermos o que hoje em dia conhecemos por Matemática, Geografia, Biologia etc., essas coisas já existiam, porém, outrora as pessoas não conheciam como tal, para isso precisou de pensadores como Pitágoras, Carl Ritter e Alexander Von Humboldt os pais da Geografia e, Fernão Oliveira considerado o pai da Gramatica da Língua Portuguesa. Portanto, a conclusão que podemos chegar é de que estão querendo jogar na lata do lixo o que pensadores excepcionais como esses mencionados acima tiveram um árduo trabalho para desenvolver o que hoje em dia conhecemos como matéria/disciplina.


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[1] SARDENBERG, Agda. U.E. XXIV Temas Contemporâneos em Educação: Caminhos para uma Educação Integral A gestão das aprendizagens na Educação Integral, p. 11, 12.
[2] http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/documentos/2019/relatorio_PISA_2018_preliminar.pdf

REFORMA PSICOLÓGICA

Por Rogério de Camargo.

A atividade ora explicita ao Estado, à educação e tantos quantos no documento[1] tem uma visão unilateral dos assuntos abordados. Não é à toa que, para isso, é utilizado único e exclusivamente autores que pensam da mesmíssima forma, isso prova que os autores do documento desconhecem outro tipo de pensamento que divergem do pensamento que eles têm como verdade absoluta. Se ao menos conhecessem um único pensador que divergem do que eles acreditam como verdade, aí sim poderíamos ter um diálogo saudável, pelo contrário, o que eles acreditam ser o certo não passa duma verossimilhança.
O fato de a escola não aceitar de volta ou ter expulsado o menor infrator, isso não faz da escola uma instituição excludente ou segregacionista, mas sim, faz da escola um espaço onde a maioria das pessoas – em especial os jovens – estão em busca de uma formação e de conhecimentos[2]. Entretanto, o jovem infrator devido aos seus atos infracionais e, é claro, não aceito pela instituição acadêmica, deveria, com o auxilio do governo, procurar uma instituição que pode lhe ajudar com os seus indevidos atos, logo, a escola não é o lugar certo para tratar esse tipo de comportamento, uma vez que, os professores são contratados para lesionar e não para cuidar de menores infratores. A instituição mais adequada para tratar esse tipo de conduta se chama FEBEM[3]. E, é obvio que esse que vos escreve é completamente a favor da maior idade penal, uma vez que, jovens infratores tem autonomia para aprender eles também têm autonomia para escolherem o que é certo ou errado.


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[1] GOMES, Danielle Soares e SOUZA, Carlos Ângelo de Meneses. FUTUROS EDUCADORES: A FAVOR OU CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL? 
[2] Entretanto, vale ressaltar aqui o que diz Pascal Bernardin no livro MAQUIAVEL PEDAGOGO: Ademais, o nível escolar continuará decaindo, o que aliás não surpreende, já que o papel da escola foi redefinido e que sua missão principal não consiste mais na formação intelectual, e sim na formação social das crianças; já que não se pretende fornecer a elas ferramentas para a autonomia intelectual, mas antes se lhes deseja impor, sub-repticiamente, valores, atitudes e comportamentos por meio de técnicas de manipulação psicológica. Com toda nitidez, vai-se desenhando uma ditadura psicológica. (p. 7 – Vide Editorial). 
[3] Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor.

LUMPEMPROLETARIADO

Por Rogério de Camargo.



É impressionando como a cabeça dos (pseudos)intelectuais dessa era (século XXI) funciona – se é que de fato deve funciona. Logo, onde já se viu querer colocar o menor infrator ou (como o professor Ricardo Chiquito, que carinhosamente nesse texto, esse, lhe referirá apenas pelo seu sobrenome, Chiquito, diz) menor que comete atos infracionais – a alteração dos termos não muda o que o menor cometeu que foi a infração, como está bem explicito na “SEÇÃO V, Da Apuração de Ato Infracional” no Estatuto da Criança e do Adolescente e em seus respectivos Artigos – como vítimas da sociedade. Vale ressaltar aqui que, o sr. Chiquito não chama esses jovens de vítimas da sociedade, porém, ele não nos deixa claro o que ele pensa a respeito, apenas diz que devemos romper com essa visão estigmatizada.[1] Entretanto, antes mesmo do sr. Chiquito querer utilizar a criminalização cometida por esses menores como justificativa para seja lá o que for, intelectuais consagrados da esquerda política, id est., intelectuais marxistas que tinham como objetivo a implantação duma nova cultura na sociedade através da mudança de comportamento, já falavam e escreviam a esse respeito, e esses “infratores” – sendo um pouco eufemista, é claro! – eram chamados de “Lumpemproletariado”. Vejam o que diz o escritor Flavio Gordon a esse respeito:




A influência de Marcuse — desta feita por meio de seu segundo grande livro, O homem unidimensional (1964) — teve um outro efeito de crucial importância, sentido em todo o mundo, mas de maneira particularmente aguda no Brasil. Graças ao seu pensamento, como também ao gramscismo, a substituição do alvo da esquerda — saíam a economia capitalista e a classe burguesa, entravam a família monogâmica e a moralidade judaico-cristã — fez-se acompanhar de uma mudança do agente histórico da revolução: saíam o proletariado urbano e, um pouco depois, o campesinato (este último resistindo até os últimos espasmos da teoria do foco guerrilheiro); entravam os intelectuais (via Gramsci) e, em seguida, o lumpemproletariado (via Marcuse), aquele mesmo que Marx tanto desprezara, formado pelos que vivem à margem da sociedade — mendigos, prostitutas, travestis, ladrões, traficantes, desajustados e rebeldes em geral.[2]



O Lumpemproletariado ou Lumpenproletariat (do Alemão) também é mencionado pelo filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, confere:


(...) Dentre as muitas mixagens, uma particularmente interessante foi a que fundiu a estratégia comunista – até aí fundamentalmente proletária e camponesa, ao menos no nome – com as heresias de Herbert Marcuse, segundo o qual proletários e camponeses tinham-se integrado ao "sistema" e a revolução não tinha outros representantes autorizados senão os estudantes e intelectuais, de um lado, e, de outro, a massa dos miseráveis e marginalizados, o vasto Lumpenproletariat, do qual o velho Karl Marx aconselhava que os militantes comunistas fugissem como se foge de um assaltante à mão armada. (...)[3]


Portanto, é notório saber que essa prática de querer justificar o infrator seja ele menor ou não é uma pratica política que há décadas já vinha sendo pensada por esses intelectuais, porém, para o velho Marx o lumpemproletariado era uma espécie de empecilho para os proletários, já para os neomarxistas eles eram e ainda são um pretexto valido.

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[1] CHIQUITO, Ricardo – U.E. Práticas Pedagógicas com Diferentes Sujeitos em Formação e em Diferentes Espaços Educacionais. A Educação e as Crianças e Adolescentes em Conflito com a Lei, p. 41.
[2] GORDON, Flávio – A corrupção da inteligência, p. 207 - 1. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017.
[3] CARVALHO, Olavo. A Nova Era e a Revolução Cultural, Fritjof Capra e Antonio Gramsci, 4° edição, revista e muito mais, Vide Editorial, p. 75.