REFORMA PSICOLÓGICA

domingo, 14 de outubro de 2018

O QUE É ARTE?

Por: Rogério de Camargo.




Para iniciar o processo de produção em arte, desde pequenas as crianças precisam experimentar diferentes materiais para suas produções. À medida que vão crescendo, elas vão inventando suas próprias técnicas e materiais adequados em suas produções. Para tanto, consideramos importante ter o ateliê na escola desde a educação infantil, pois, nesse espaço, a organização e a possibilidade de utilizar técnicas específicas são facilitadas, assim como a disponibilização de diferentes materiais para a escolha das crianças em seus processos criativos. No entanto, se ele não existe, o trabalho não fica impossibilitado. É possível buscar adaptar-se em espaços outros ou até buscar espaços externos que possam servir aos propósitos da produção artística.


A citação acima foi retirada da apostila do Centro Universitário São Camilo Unidade Educacional XIII, Profissionalização docente:Cultura, Arte e Movimento., que diz que o processo de produção em arte as crianças precisam experimentar diferentes materiais para suas produções. Oras(!), mas quem falou que isso é arte? O fato de uma criança experimentar diferentes tipos de materiais para, seja lá o que for, não se caracteriza tal ato como arte, mas sim, ou talvez, pode ser enquadrado dentro de alguma arte.
É necessário, primeiramente, saber o que é arte para depois sair falando por ai que isso e aquilo outro é arte ou não é.
A palavra arte tem origem do latim, “ars”, que quer dizer “técnica”, “habilidade natural ou adquirida” ou “capacidade de fazer alguma coisa”. Entretanto, essas duas ultimas deve ser desenvolvida com o conhecimento real do que é arte para que assim a criança tenha uma bagagem e uma pequena noção para desenvolver algo, se assim não for feito, quem comprova que de fato por eles (as crianças) será extraído algo considerado como arte, uma vez que, esses, se quer sabem do que se trata(?).
Bom, num dia desses (bem corrido, só para constar, (rsrs!)) para realizar o estágio em ensino fundamental (fund. 1), este que vos escreve estava na sala dos professores e, ao conversar com uma professora que, por ironia do destino era professora de artes, este, fez a seguinte pergunta: há quanto tempo a senhora leciona aqui nessa escola: há exatamente quatro (4) anos; respondeu a professora. A senhora é formada em qual área? A resposta da professora foi: em artes. Ah, é! Respondeu este surpreso e sem perda de tempo indagou-a: a senhora já leu as sete Artes Liberais? Não! Disse a professora. Este, indignado com a resposta e formação da professora deu-lhe um sorriso sarcástico e não mais dirigiu-lhe a palavra.
É exatamente esse tipo de professores que estão sendo responsáveis pela formação intelectual das nossas crianças, professores que fazem um curso “superior” para simplesmente ter um cago e um salário, nada mais que isso. Eles (as) estão pouco se importando com conhecimento e leitura de livros... ah(!), e detalhe, uma outra professora com quem este conversou que inclusive é professora de língua portuguesa e formada na área disse nunca ter ouvido falar nos três (3) “R” o qual Mortimer Adler fala em seu livro, “Como Ler Livros”, após este ter lhe questionado a respeito.
Voltando ao assunto do que é arte, Irmã Miriam Joseph escreveu “O Trivium” dizendo que:



Hoje, como em séculos passados, o domínio das artes liberais é amplamente reconhecido como a melhor preparação para o estudo nas escolas de formação profissional, tais como as de medicina, direito, engenharia ou teologia. Aqueles que primeiro aperfeiçoam suas próprias faculdades através da educação liberal estão, deste modo, mais bem preparados para servir aos outros em sua capacidade profissional.


É notório saber que a aristocracia deste pais (Brasil) estão pouco se importando se os nossos jovens estão recebendo e aprendendo o que tem de melhor na formação intelectual. Um pais onde se tem Paulo Freire como patrono da educação brasileira e junto com ele vem seguido de pseudos intelectuais que não sabem diferenciar do que é certo e o que é errado, tão pouco conseguem encontrar o erro na palavra presidENTA, uma vez que, o radical ENTE, na língua portuguesa não pode sofrer mudança ou variação. Logo, não era de se esperar que tenhamos jovens capacitados pelo menos para alavancar as melhores posições no PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes –, pois, só para lembrar, ainda ocupamos os últimos lugares nesse exame.
Mais a frente, a Irmã Miriam Joseph diz:


As sete artes liberais diferem essencialmente das muitas artes ou ofício utilitários (tais como carpintaria, alvenaria, vendas, impressão, edição, serviços bancários, direito, medicina, ou o cuidado das almas) e das sete belas-artes (arquitetura, música instrumental, escultura, pintura, literatura, teatro e dança), pois tanto as artes utilitárias como as belas-artes são atividades transitivas, enquanto a característica essencial das artes liberais é que elas são atividades emanentes ou intransitivas.


A citação acima mostra que há uma dicotomia no que diz respeito a arte, entretanto, isso não é ensinado nos cursos de arte aqui no Brasil, tão pouco quais são essas artes. Mais adiante a Irmã Miriam Joseph diz quais as finalidades para com cada arte, confira:

O artista produz utilidades que atendem às necessidades do homem; o artista de uma belas-artes, se for de superlativa categoria, produz uma obra que é “algo de belo e uma alegria para sempre” e que tem o poder de elevar o espírito humano. No exercício tanto das artes utilitárias quanto das belas-artes, ainda que a ação comece no agente e termina no objeto produzido, tendo normalmente um valor comercial; portanto, o artista é pago pelo trabalho ou obra. No exercício das artes liberais, todavia, a ação começa no agente e termina no agente, que é aperfeiçoado pela ação; consequentemente, o artista liberal, longe de ser pago por seu trabalho árduo – do qual, aliás, é o único a receber todo o benefício –, com frequência paga a um professor para que este lhe dê a instrução e o guiamento necessários na prática das artes liberais.


Segue uma analogia retirada do Trivium a repeito o caráter intransitivo das artes liberais:



O carpinteiro aplaina a madeira.

A rosa floresce.

A ação de um verbo transitivo (como aplaina) começa no agente, mas “cruza” e termina no objeto (madeira). A ação de um verbo intransitivo (como floresce) começa no agente e termina no agente (a rosa, que se aperfeiçoa por florescer).



Por fim, conclui-se que, os cursos sobre artes nas escolas e faculdades daqui do Brasil estão mais do que defasados, pois, não sabem do que estão falando, colocam um monte de crianças para recortar e colar papel e dizem que isso é arte, isso na verdade é o cumulo da estupidez.




REFERÊNCIAS:

PIRES, Maria Cristina de Campos e MARINO, Sandra. Apostila São Camilo, Profissionalização Docente Cultura, Arte e Movimento. Pág., 18.

Joseph, Miriam, 1898-1982. O Trivium: as artes liberais da lógica, gramática e retórica: entendendo a natureza e a função da linguagem / Miriam Joseph; tradução e adaptação Henrique Paul Dmyterko. – São Paulo: É Realizações, 2008, pág., 28 e 29.