REFORMA PSICOLÓGICA

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

RESPOSTA A RECUSA DO MEU RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Por: Rogério de Camargo.


Caríssima professora Ângela, bom dia!

Sinto muito em lhe informar, mas, o meu relatório de estágio aborda ideias trazidas pelas próprias apostilas da universidade camiliana, como por exemplo, na apostila u. e. 13 módulo 3 desse semestre, onde as autoras da apostila se referindo a dança e a quem deveria praticar determinados tipos de dança, id est., ao balé dizem elas que:




(…) muitas famílias sonham tal formação para suas filhas (mulheres) e não os filhos (homens); em outras, por frustração de mães que não tiveram essa oportunidade; em outras, ainda, por desconhecimento de outras formas de arte e dança; e, por último, por uma questão de gênero, já que se considera a dança uma arte eminentemente feminina (…)
(PIRES, Maria Cristina de Campos e MARINO, Sandra. Unidade Educacional XIII Profissionalização docente: Cultura, Arte e Movimento, pág., 39).


Entretanto, as autoras deixam bem claro que esse não é o pensamento delas, porém, ao abordar sobre o balé elas abordam também a questão de gênero como opção para determinados tipos de dança, uma vez que, muitas famílias escolhem o balé para as meninas e não para os meninos e também por uma questão de gênero. No entanto, as autoras não especificaram que gênero é esse, pois, os progressistas deturpam as palavras e os seus significados, e isso não é diferente com as mesmas.
Um pouco mais adiante, as professoras dizem que, “Parece haver, inclusive, uma pequena mudança no pensamento dos adultos com relação às questões de gênero”, logo, é entendido que, o gênero aqui está relacionado com a dança, porém, incoeso com a imagem postada pelas mesmas, pois, o que se vê, são três mulheres praticando balé e ali presente não tem nenhum homem ou “gênero” masculino – ou como queiram chamar – praticando essa dança, somente a presença do professor e de dois ou três homens na plateia assistindo, porém, isso não significa que eles são alunos, uma vez que, não estão trajados para tal.
Já na apostila Unidade Educacional VIII: Culturas Infantis e Ação Pedagógica, módulo 2, no item 2.2. A diversidade e as infâncias plurais, as autoras dizem o seguinte:



No item anterior vimos que os bebês e as crianças vivem suas infâncias determinadas por diferentes contextos, uma vez que são constituídas socialmente, de forma histórica e cultural. Assim, são marcadas por diversas IDENTIDADES como raciais, étnicas, de GÊNERO, territorial, nacionalidade e condições socioeconômicas das quais fazem parte.
(DE FREITAS, Anita Viudes e VALVERDE, Sônia Larrubia. Unidade Educacional VIII: Culturas Infantis e Ação Pedagógica, módulo 1, pág., 26).


Oras(!), mas se a própria palavra gênero já diz respeito as anteriores, por qual motivo as autoras quiseram acrescentar a palavra gênero seguida da palavra identidade? Obviamente que não se trata somente de gênero, que, de acordo com o dicionário da língua portuguesa Michaellis, gramaticalmente falando, a palavra gênero é uma categoria linguística que estabelece a distinção entre as classes de palavras, as palavras que denotam sexo nem sempre serão apresentadas explicitamente, como por exemplo, lápis e caneta, diferente de galo e galinha, o que caracteriza o gênero gramatical das duas primeiras é que elas devem ser seguidas de um numeral seja ele cardial ou ordinal, já as duas segundas é o sexo. Logo, no excerto acima trazido atona por esse, o “gênero” apresentado não diz respeito a gênero gramatical, mas sim, ideológico, isto é, ideologia de gênero.
Outra abordagem sobre ideologia de gênero é trazida pelas mesmíssimas professoras na apostila do módulo 4 da mesma unidade educacional, uma citação dum documento publicado pelo MEC conhecido como “Indicadores da qualidade na educação infantil”, a citação diz que: “O reconhecimento e a valorização das diferenças de gênero, étnico-racial, religiosa, cultural e relativas a pessoas com deficiência.”. Mais uma vez a abordagem do texto mostra que a palavra gênero apresentada não está se referindo a gênero gramatical ou algo do tipo, mas sim, ideológico, pois, se estivesse de fato tratando de gênero gramatical ao mencionar etnia, raça, religião e cultura, logo, intenderíamos que, estão falando de determinados grupos, uma vez que, não existe uma só etnia, raça, religião e cultura, ou existe? Isso sim de fato são gêneros, agora, acrescentar a palavra gênero seguida dessas anteriores mencionadas para justificar uma ideologia e consequentemente desqualificar o trabalho desse por falar em seu relatório de estágio a respeito de ideologia de gênero, uma vez que, essa ideia é argumentada e trabalhada nas apostilas da universidade São Camilo, isso sim não faz sentido algum.


Em virtude dos fatos mencionados, peço a gentileza de que o meu relatório de estágio do ensino fundamental 1 seja aceito, pois, o mesmo está de acordo com o que as apostilas da universidade São Camilo apresenta em seu teor. Ademais, é notório saber que, o relatório de estágio apresentado por esse, traz de fato temas pedagógicos, se não for assim, por qual motivo as apostilas da universidade São Camilo trata sobre ideologia de gênero em seus textos? Destarte, como é que um professor(a) conseguirá solucionar um caso como apresentei no relatório de estágio se ele nunca estudou ou teve algum tipo de experiência desse tipo? Se de fato esse assunto não é um tema pedagógico quem deverá solucioná-lo(?), ou não é um caso a ser solucionado, é normal que as crianças agem assim mesmo? Se esse não pode tratar a esse respeito em seus relatórios ou até mesmo nos fóruns, que seja retirado primeiramente das apostilas, ai sim teriam uma justificativa plausível. Por outro lado estão querendo me calar por um relatório de estágio onde minha opinião no relatório é isenta, apenas abordei o comportamento apresentado por três (3) crianças e a origem dessa influência para tal comportamento, não disse nada do que penso a respeito, critico sim os ideólogos e suas influências e as consequências trazida por esses, muito diferente de um adulto que opta por realizar sexo com seu órgão excretor.



REFERÊNCIAS:

PIRES, Maria Cristina de Campos e MARINO, Sandra. Unidade Educacional XIII Profissionalização docente: Cultura, Arte e Movimento, módulo 3, pág., 39.
DE FREITAS, Anita Viudes e VALVERDE, Sônia Larrubia. Unidade Educacional VIII: Culturas Infantis e Ação Pedagógica, módulo 1, pág., 26.
Dicionário Michaellis.
DE FREITAS, Anita Viudes e VALVERDE, Sônia Larrubia. Unidade Educacional VIII: Culturas Infantis e Ação Pedagógica, módulo 4, pág., 23.
Indicadores da Qualidade na Educação Infantil / Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009. pág., 14.

CAMARGO. Rogério. ANÁLISE DE ESTÁGIO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1, 2018.

sábado, 8 de dezembro de 2018

SOBRE A PADRONIZAÇÃO

Por: Rogério de Camargo.




É notório saber que, de fato o aluno deve ser e ter uma voz ativa em uma sala de aula, pois, ele deve expressar aquilo que ele entendeu e o que ele não entendeu da matéria lecionada pelo professor. Logo, o aluno sendo participativo das aulas, isso faz com que o aprendizado flui com mais precisão. Ademais, a duvida de uma pessoa também pode ser a duvida dos demais alunos e, somente com uma voz ativa é possível de ser sanado o que um dia era impossível de compreender. Vejamos o que o Trivium diz sobre isso:


(…) a atividade essencial do estudante é relacionar os fatos aprendidos num todo unificado e orgânico, assimilando-os tal como um corpo assimila alimentos, ou, ainda, como a rosa assimila nutrientes do solo e daí cresce em tamanho, vitalidade e beleza. (Joseph, Miriam. O Trivium, pág., 31 e 32)


Do mesmo modo, foi possível também encontrar na apostila da universidade São Camilo no curso de pedagogia (Unidade Educacional XII – Profissionalização Docente:Educação Matemática, MÓDULO IV) a mesma ideia que O Trivium traz, confere:

Os registros próprios do aluno continuam sendo importantes fontes de informação para o professor, pois neles é possível identificar o raciocínio do aluno, a forma como ele organiza os problemas, a estratégia de solução e o uso dos algoritmos. (Unidade Educacional – XII Profissionalização Docente: Educação Matemática. Pág., 39).


Entretanto, o que é impossível de engolir é o que a apostila mencionada anteriormente diz sobre “exigir do aluno uma padronização de escrita”, uma vez que, as crianças se espelham e procuram imitar os mais velhos, e se, nós mais velhos não instrui-los ao caminho correto da escrita, isto é, a uma padronização, quem os ensinará então? Vejamos o que a apostila da universidade São Camilo diz a respeito:


Ainda não faz sentido exigir do aluno uma padronização de escrita ou ouso de um ou outro algoritmo em detrimento de outras estratégias próprias de resolução que ele apresenta, mas é cada vez mais importante ajudá-lo a perceber que existem estratégias melhores, mais eficientes, mais rápidas e menos trabalhosas. (Unidade Educacional – XII Profissionalização Docente: Educação Matemática. Pág., 39 e 40)


O fato de uma pessoa mostrar para um aprendiz que existem outras formas melhores e mais eficientes no que diz respeito a escrita isso não significa que ele irá aplicar esse método ou outro qualquer. Entretanto, como este disse anteriormente, “as crianças se espelham e procuram imitar os mais velhos, e se, nós mais velhos não instruí-los ao caminho correto da escrita, isto é, a uma padronização, quem os ensinará então?” A irmã Miriam em O Trivium disse:


Uma vez que a comunicação envolve o exercício simultâneo da lógica, da gramática e da retórica, estas são as artes fundamentais da educação: ensinar e ser ensinado. Consequentemente, devem ser aplicadas simultaneamente pelo professor e pelo aluno. O aluno deve cooperar com o professor; deve ser ativo e não passivo. (Joseph, Miriam. O Trivium, pág., 31).


Em resposta a Revista Veja, vejamos o que o professor Olavo de Carvalho disse a esse respeito duas décadas atrás:


A padronização pode ser um mal inevitável. Mas para que exagerar, vendo nela um bem absoluto, o modelo mesmo de boa escrita? Que um chefete, cioso da carreira, chegue a introjetar tão profundamente o perfil do produto que lhe encomendam, ao ponto de mesmo nas horas de folga não ser capaz de formar frases fora das especificações dele sem sentir culpa e remorso, é coisa que compreendo; que ele deseje em seguida moldar a cabeça de seus subordinados segundo essas mesmas especificações, em prol da disciplina e da eficiência, é coisa que não só compreendo como também admito e até louvo. Mas que ele, enfim, num acesso de autoglorificação, se imagine transfigurado num mestre de português, literatura ou “estilo”, é demais. Nenhum tecelão da R. José Paulino, ao ajustar suas máquinas para que as blusas saiam na medida, imagina estar fixando os padrões para o julgamento da elegância mundial.
Executivos de carreira metidos a teóricos de literatura são o flagelo das redações. Em nome de um perfil de produto, contingência comercial elevada a regra áurea do juízo estético, eles impõem padrões de gosto, lascam a caneta à vontade, divertem-se sadicamente brincando de Graciliano Ramos ante uma plateia de foquinhas assustados, os quais, nunca tendo lido o Graciliano de verdade, acreditam mesmo que ele seria capaz de escrever uma coisa mimosa como esta do manual de Veja: “Frase curta é bom e eu gosto. Com uma palavra só. Assim. Tente”. Sim, tente: faça uma frescura diferente. Graciliano tinha o senso da continuidade melódica, jamais confundiria frases curtas com solavanquinhos histéricos. Nem proferiria máximas desta profundidade abissal: “Ninguém escreve direito se não ler”, sentença que seria digna do Conselheiro Acácio, se não fosse, aliás, da autoria dele mesmo. Tomando normas de produção como critérios de gosto literário, essa gente está transformando o jornalismo naquilo que seus detratores desejariam que fosse: a espécie mais típica de subliteratura.



Por fim, é possível concluir dizendo que há uma padronização a ser seguida sim, isso é fato. Qual o professor que irá gostar de ver os escritos dos seus alunos inelegível ou até mesmo flutuando entre uma linha e a outra do caderno? Acreditamos que nenhum professor iria gostar disso. Entretanto, aquele aluno que procura escrever da melhor forma possível para que a sua mensagem possa ser transmitida de forma coerente e inteligível, esse, pode ter certeza que se inspirou em alguém, ainda que não seja o seu professor acadêmico, mas se for, pode ter certeza que o seu professor terá maior orgulho em dizer: “esse é meu aluno!”





REFERÊNCIAS:

JOSEPH, Miriam. O Trivium, as artes liberais da lógica, gramática e retórica, Editora É Realizações, 2008.

ANTONIO, José Carlos. Unidade Educacional XII – Profissionalização Docente:Educação Matemática, MÓDULO IV.

http://www.olavodecarvalho.org/a-arte-de-escrever-licao-1-esqueca-o-manual-deredacao/